Posted by : Ragster
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Palma de Buda
Grama molhada
Pássaros a cantar
Sol amanhecendo
Como quem atrasou-se com a chuva
Orvalho confunde-se
Em meio a vestígios de chuva
Sombras recuam
Ante o som de passos
Passadas ritmadas e constantes
De um andarilho do horizonte
Com calmos passos
No apoio de um singelo cajado
Sua túnica negra mantém-se impecável
Como se nunca houvesse chovido
Seu rosto, no entanto, visível não é
Oculto sob um chapéu cônico de bambu
Seu cajado opaco
Exala luz a cada passo
Com seus TOC's
Repele a escuridão do mundo
A escuridão de suas vestes
Ri da tolice das sombras
Por pensarem ser aliadas
Quando na verdade são o yang
As sombras detém número
Mas são insignificantes
Perante o Buda encarnado
Que indiferente olha
Tantas batalhas travadas
São no silêncio de um caminhar
Pois demônios existem
Eles vivem no coração de cada um de nós
Não tema pois!
Não precisamos de anjos
Somente de uma afiada mente
E um forte escudo no coração
Abandone seus deuses
Se sua convicção não for verdadeira
Nada te salvará
Apenas por conveniência
As trevas são fracas
Mas a omissão, forte lhes torna
Nada é pior que a indiferença
Que parece tornar todo crime, pecado maior
Segue o monge
Em seu lento caminhar
Pelos úmidos campos
A reluzirem ao sol
Em direção do horizonte oposto ele anda
Caminha convicto
Parece seguro de sua missão
Enquanto porta a luz da esperança